abril 28, 2024

HUMANIDADE

Do meu local, saúdo todos os locais. Da minha janela, todos os transeuntes. Da minha aldeia, todas as aldeias. De mim, a Humanidade. O que está no alto vê, geograficamente. O que está dentro, profundamente. O que está por cima domina. O que está por dentro é hospede. O movimento histórico é uma queda acelerada uniformemente no plano inclinado do tempo. O tempo dinheiro, os espaços privativos, a Humanidade periférica: milhares de milhão na berma da vida e do ser. A Globalização divisão da Terra por um: Terra nenhuma para o local e toda para o global.
A todos, aos companheiros do estradão da História, à elite eleita pela vida e aos eleitos elegidos por Deus, aos mortos e caídos na berma, aos atropelados, às crianças que morrem secas de seios secos, aos órfãos do ser e do ter, a todos, para quem não há Shakespeare, Deus, Kant, Marx, saúdo. E a ti, Humanidade, minha contemporânea, extemporânea, e a vós, conterrâneos, estrangeiros na própria terra, e concidadãos, em terra de súbditos, saúdo, igualmente. Cidadania e cidadão? Como, se as cidades estão vazias, os subúrbios dormitórios e a ágora sem polémica? O homem universal? Mas alguém sabe de si?
Em verdade, em verdade vos digo: antes da chegada do citoyen du monde, todos serão escravos pós-modernos. Os empreiteiros do global sempre foram os impérios: local onde os locais desaguam: todos os caminhos vão dar a Roma, toda a pirataria a Londres, todos os mares a Lisboa, toda a barbárie a Berlim, todos os caminhos, mares, céus, barbárie, pirataria e petróleo a Washington. A distância entre mare nostrum e full spectrum dominance é a distância entre Roma e Washington. Depois, tudo se esquece e amanhã a História cantará a americanização como hoje, com excepção de Astérix e Obélix, canta a romanização. As histórias aos quadradinhos são bem mais verdadeiras do que a livre. A História tem e cumpre o seu destino: o império global e a dialéctica entre local e global o seu motor. Os homens: obreiros. O intervalo entre os impérios é feito de guerra para chegar a eles. A paz vem com os impérios: pax romana, pax americana. A História, como construção do império global, consummata est: em Washington, a mais ocidental das Babilónias. Em nome da democracia.
E tu, Sócrates, que não és de Atenas nem de Coríntio, de onde és? Atenas histórica deu-te a cicuta, Atenas eterna a eternidade.

E assim falou António Azevedo... Escritor e filósofo era conhecido como um intelectual “rigoroso” e “interventivo”

 

CAIXA DE PANDORA

São muitos os dias em que olho ao meu redor, vejo tantas coisas que me deixam muito triste. É tanta violência, tanta discussão com o próximo que pergunto onde fica a esperança? Acho que realmente abriram a caixa de Pandora e deixaram todos os males saírem do seu interior e aprisionaram a esperança, sim, a esperança de um mundo mais ameno e humano. Acho que este mundo precisa de paz, de amor e de respeito, pois no decorrer da humanidade, fomos perdendo esses valores importantes que nos distinguem de outros animais, e, sem eles, não somos tão diferentes, ou melhor, somos muito diferentes, pois nenhum animal mata o seu próximo pelo simples fato de matá-lo, eles matam para comer e continuar a sua existência, nós não, matamos por simplesmente desejar algo que não nos pertence por merecimento próprio, matamos por que não temos uma consciência humana de que somos seres que precisam viver em paz uns com os outros. Morremos por que não sabemos estender a mão para ao próximo quando o que ele precisa não são de palavras que o façam olhar para o passado errado que tem, mas palavras que mostrem que ainda existe esperança para fazer o certo: basta apenas tentar. Viver profundamente cada segundo, é essa a paz que o mundo precisa.

 

A VAIDADE

 

A vaidade é o caminho mais curto para o paraíso da satisfação, porém, ela é, ao mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve.
"Augusto Cury "